Uns anjos tronchos do Vale do Silício
Desses que vivem no escuro em plena luz
Disseram: vai ser virtuoso no vício
Das telas dos azuis mais do que azuis [1]
Agora a minha história é um denso algoritmo
Que vende venda a vendedores reais
Neurônios meus ganharam novo outro ritmo
E mais e mais e mais e mais e mais
Primavera Árabe – e logo o horror
Querer que o mundo acabe-se
Sombras do amor
Palhaços líderes brotaram macabros
No império e nos seus vastos quintais
Ao que revêm impérios já milenares
Munidos de controles totais
Anjos já mi ou bi ou trilionários
Comandam só seus mi, bi, trilhões
E nós, quando não somos otários
Ouvimos Shoenberg, Webern, Cage, canções…
Ah, morena bela
Estás aqui
Sem pele, tela a tela
Estamos aí
Um post vil poderá matar
Que é que pode ser salvação?
Que nuvem, se nem espaço há
Nem tempo, nem sim nem não
Sim: nem não
Mas há poemas como jamais
Ou como algum poeta sonhou
Nos tempos em que havia tempos atrás
E eu vou, por que não?
Eu vou, por que não? Eu vou
Uns anjos tronchos do Vale do Silício
Tocaram fundo o minimíssimo grão
E enquanto nós nos perguntamos do início
Miss Eilish faz tudo o quarto com o irmão
Desses que vivem no escuro em plena luz
Disseram: vai ser virtuoso no vício
Das telas dos azuis mais do que azuis [1]
Agora a minha história é um denso algoritmo
Que vende venda a vendedores reais
Neurônios meus ganharam novo outro ritmo
E mais e mais e mais e mais e mais
Primavera Árabe – e logo o horror
Querer que o mundo acabe-se
Sombras do amor
Palhaços líderes brotaram macabros
No império e nos seus vastos quintais
Ao que revêm impérios já milenares
Munidos de controles totais
Anjos já mi ou bi ou trilionários
Comandam só seus mi, bi, trilhões
E nós, quando não somos otários
Ouvimos Shoenberg, Webern, Cage, canções…
Ah, morena bela
Estás aqui
Sem pele, tela a tela
Estamos aí
Um post vil poderá matar
Que é que pode ser salvação?
Que nuvem, se nem espaço há
Nem tempo, nem sim nem não
Sim: nem não
Mas há poemas como jamais
Ou como algum poeta sonhou
Nos tempos em que havia tempos atrás
E eu vou, por que não?
Eu vou, por que não? Eu vou
Uns anjos tronchos do Vale do Silício
Tocaram fundo o minimíssimo grão
E enquanto nós nos perguntamos do início
Miss Eilish faz tudo o quarto com o irmão
[1] Estes versos tem como referência os primeiros versos do clássico “Poema de Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade:
Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.
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Primo singolo estratto dal trentesimo album in studio di Caetano Veloso, intitolato Meu Coco.
Il tema estremamente attuale ritrae il disordine mondiale che cresce insieme ai progressi tecnologici di Internet, sotto il controllo di 'angeli' miliardari e trilionari. Caetano - con una voce e una creatività incredibili per i suoi 79 anni - parla della tossicità delle rete, delle fake news e delle aberrazioni politiche - da Trump a Bolsonaro - rafforzate dai social, della nudità virtuale e della facilità di accesso a materiali vecchi e nuovi.