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Protesto [Canção de Coimbra]

Francisco Fanhais
Lingua: Portoghese


Lista delle versioni e commenti


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Da questa pagina, segnalata da Adriana
Testo/Letra: José Carlos Ary dos Santos
Musica/música: ?

Francisco "Chico" Fanhais.
Francisco "Chico" Fanhais.
Nota: história deste Protesto.
Para o caso de ter interesse a sua publicação, envio uma "cantiga de protesto". Escrevo-a de memória, pode eventualmente faltar um ou outro verso. A crise estudantil e de acentuada contestação ao regime vigente culmina em Coimbra com a greve aos exames no ano lectivo de 1968/69. A partir da visita do então Presidente Américo Tomás à inauguração do edifício das Matemáticas (17 de Abril, se não erro), sessão em que consegui então estar presente, sendo presidente da Associação o actual deputado Alberto Martins, meu colega de curso nesse ano, as coisas complicaram-se. O presidente da Associação Académica pediu a palavra, que lhe foi recusada pelo Almirante. Depois, já no exterior da sala, nos corredores do novo edifício, houve vaias e recordo-me de um outro colega nosso, africano, lhe ter chamado à sua passagem sepulcro caiado (o Almirante vestia de branco). Isto para além de outros mimos. A polícia de choque não interveio logo ali, o que teria tido consequências muito graves, talvez pelo facto do Ministro da Justiça de então, prof. da Faculdade de Direito de Coimbra Mário Júlio de Almeida e Costa), estar ali presente e ter evitado que tal acontecesse. Esta foi pelo menos a versão que correu entre os estudantes. Uma das formas de mobilização dos estudantes passava pelo convívio em que participavam alguns dos cantores de protesto, como foi o caso de Adriano ou de José Afonso. Como diz um poeta espanhol, a poesia é uma arma carregada de futuro e os versos eram então uma das armas possíveis de combate. A par das canções do Adriano ou do Zeca, hoje conhecidas porque delas existem registos gravados, outras eram cantadas, algumas demasiado "fortes" para poderem ser sequer gravadas. Dos versos que escrevo a seguir conheci duas versões musicais: uma cujo autor ignoro e ouvi pela primeira vez em 1970, por um dos "trovadores" anónimos que na época apareciam e de que não existem gravações em disco e uma outra que ouvi cantar numa sessão com o então Padre Francisco Fanhais , alguns anos depois. Suponho também que Fanhais nunca chegou a gravá-la em disco (em CD muito menos, como é óbvio: ninguém sabia o que isso era). Ouvi várias opiniões sobre o autor destes versos, que não sei identificar. Em qualquer dos casos, o estilo musical das versões que conheci não tinha raízes de Coimbra. Chamemos-lhe apenas canção de protesto. um abraço. Fernando Pais

Nota: Storia di questa Protesta
Casomai vi interessasse pubblicarla, vi invio una "canzone di protesta". La trascrivo a memoria, qualche verso forse potrà mancare. La crisi studentesca e di notevole contestazione al regime culmina a Coimbra con lo sciopero degli esami durante l'anno accademico 1968/69. A partire dalla visita dell'allora presidente Américo Tomás per l'inaugurazione dell'edificio per la facoltà di matematica (17 aprile, se non erro), un evento al quale riuscii ad essere presente, e quando presidente dell'Associazione era l'attuale deputato Alberto Martins, mio collega di corso quell'anno, le cose si fecero difficili. Il presidente dell'Associazione Accademica chiese la parola, che gli fu rifiutata dal rettore. In seguito, all'interno della sala e nei corridoi del nuovo edificio, ci furono dei fischi e mi ricordo che un altro nostro collega, un africano, diede al rettore di sepolcro imbiancato mentre passava (il rettore vestiva di bianco). Questo e altre gentilezze. La Celere non intervenne subito, cosa che avrebbe avuto conseguenze gravissime, forse per il fatto che si trovava lì presente l'allora ministro della giustizia Mário Júlio de Almeida e Costa, che insegnava alla facoltà di Legge di Coimbra e che avrebbe evitato che accadesse una cosa del genere. Questa, perlomeno, fu quanto si diceva tra gli studenti. Una delle forme di mobilitazione studentesche consisteva nella riunione cui partecipavano alcuni cantautori di protesta, come nel caso di Adriano [Correia de Oliveira] o José Afonso. Come disse un poeta spagnolo, la poesia è un'arma caricata a futuro e i versi erano allora una possibile arma di lotta. Come le canzoni di Adriano o di Zeca, oggi note perché ne esistono incisioni, di altre ne erano cantate, e qualcuna era troppo "forte" per poter essere incisa in qualche modo. Dei versi che trascrivo qui di seguito ho conosciuto due versioni musicali: una della quale ignoro l'autore, e che ho sentito per la prima volta nel 1970 da uno degli anonimi "trovadores" che comparivano all'epoca e dei quali non esistono incisioni su disco; e un'altra che ho sentito cantare durante una riunione assieme all'allora padre Francisco Fanhais, alcuni anni dopo. Presumo che neppure Fanhais riuscì mai a inciderla su disco (né tantomento su CD, com'è ovvio: allora nessuno sapeva che cos'era). Ho sentito varie opinioni sull'autore di questi versi, che non so identificare. In ogni caso, lo stile musicale che ho riconosciuto non era quello tipico di Coimbra. Chiamiamola soltanto una canzone di protesta. Un abbraccio. Fernando Pais.
"Palhaço lacrimogéneo"
Ai não há dúvida
vocês existem, vocês persistem
vocês existem com grémios e tribunais
medidas de segurança e capitais
plenários, mercenários, festivais
grades torturas verbenas
cativeiros de longas penas
com vistas para o mar
para matar
para matar

Palhaço lacrimogéneo capacete de aço
palhaço lacrimogéneo capacete de aço

Vocês existem,
baionetas e chá com bolos
cooperativas, clubes de mães
concursos de gatos e cães
cães de luxo para lamber
cães policias
polícias cães
para morder
barracas de lata para viver
trapos suor e lodo
amáveis conversas de casaca
e sobre as nossas cabeças
a matraca
a matraca
a matraca...

Palhaço lacrimogéneo capacete de aço
palhaço lacrimogéneo capacete de aço

Vocês existem
bordados a ponto cruz
fazendo a guerra
sugando o povo
sorvendo a luz
com Estoris, cocktails, recepções
whisky, cascatas e rallies
trapeiras e esconsos saguões
discursos, salmão, lagosta
pão duro, desespero e crosta
e sorrisos de hospedeiras
e assassínios de ceifeiras

Palhaço lacrimogéneo capacete de aço
palhaço lacrimogéneo capacete de aço

Ai não há dúvida
continuam ainda a existir
até ao raio que há-de partir
até ao raio que os há-de partir.

inviata da Adriana e Riccardo - 15/8/2006 - 14:18



Lingua: Italiano

Versione italiana di Riccardo Venturi
12 giugno 2008
PROTESTA
CANZONE DI COIMBRA

"Candelotto lacrimogeno"
qui non c'è dubbio
esistete, continuate a esserci
esistete con asili e tribunali
misure di sicurezza e capitali
plenum, festival e mercenari
inferriate torture parties
e lunghe prigionie
con vista sul mare
per ammazzare
per ammazzare

Candelotto lacrimogeno elmetto in acciaio
candelotto lacrimogeno elmetto in acciaio

Esistete,
baionette e thè con torte
cooperativa, club di mamme
mostre canine e feline
cani di lusso per leccare
cani poliziotto
poliziotti cani
per mordere
baracche di latta per vivere
stracci sudore e fango
amabili conversazioni sulla moda
e sulle nostre teste
il manganello
il manganello
il manganello...

Candelotto lacrimogeno elmetto in acciaio
candelotto lacrimogeno elmetto in acciaio

Esistete
ricamati a punto in croce
a fare la guerra
a succhiare il popolo
a ciucciare la luce
con Estoril, cocktails, ricevimenti
whisky, racchione e rallies
trappole e cortili nascosti
discorsi, salmone, aragosta
pane duro, disperazione e crosta
e hostess che sorridono
e braccianti ammazzate

Candelotto lacrimogeno elmetto in acciaio
candelotto lacrimogeno elmetto in acciaio

Qui non c'è dubbio
continuano ancora a esistere
fino al lampo che deve scoccare
fino al lampo che li deve far scomparire.

12/6/2008 - 16:20


Ary dos Santos é o autor do poema (letra) da canção

27/3/2015 - 14:47




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