Aqui ficas, melodia
Que nunca encontrei
Por mais que a buscasse
Nas bocas, por lei,
Cosidas na face…
Aqui ficas, minha sombra,
Na terra deitada
À espera, sozinha
Da noite da espada
Fora da bainha.
Aqui ficas, minha raiva,
A sonhar que furas
Os olhos das rãs
Com estas mãos puras
De tecer manhãs.
Aqui ficas, meu sonho,
Para um dia pores
Todo o sol que queiras
Nas cristas das flores,
E inventar bandeiras.
Aqui ficas, morte,
Que a morte é assim,
Este dar ao mundo
O que ao mundo em mim
Gela num segundo.
Só tu não ficas, solidão,
No dormir longo dos pinhais,
Levo-te no coração
Para os vendavais
Da multidão.
Que nunca encontrei
Por mais que a buscasse
Nas bocas, por lei,
Cosidas na face…
Aqui ficas, minha sombra,
Na terra deitada
À espera, sozinha
Da noite da espada
Fora da bainha.
Aqui ficas, minha raiva,
A sonhar que furas
Os olhos das rãs
Com estas mãos puras
De tecer manhãs.
Aqui ficas, meu sonho,
Para um dia pores
Todo o sol que queiras
Nas cristas das flores,
E inventar bandeiras.
Aqui ficas, morte,
Que a morte é assim,
Este dar ao mundo
O que ao mundo em mim
Gela num segundo.
Só tu não ficas, solidão,
No dormir longo dos pinhais,
Levo-te no coração
Para os vendavais
Da multidão.
Contributed by Dead End - 2012/12/14 - 09:48
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Versi di José Gomes Ferreira (1900-1985), scrittore e poeta portoghese.
Musica di Luís Cília
Dal disco “Portugal-Angola: chants de lutte” (Le Chant Du Monde)
In seguito rieditata nell’album “Meu País” del 1973