As armas ferem de morte o cavalo branco
e caem as armas do rei no branco areal.
Sob as armas que o ferem o cavalo branco
cai por cima das armas vencidas do rei.
E há uma rosa de sangue no branco areal
As armas ferem de morte as armas do rei.
Cai o cavalo branco no branco areal.
Sob as armas que as ferem as armas do rei
caem vencidas por baixo do cavalo branco.
E há uma rosa no branco do areal de sangue.
As armas ferem de morte as armas e o branco
do rei do cavalo que caem no branco areal.
Sob as armas que os ferem as armas e o branco
caem vencidos por cima do rei debaixo do cavalo.
E há uma rosa no sangue do areal de branço.
Na rosa de sangue das armas vencidas
que caem no branco do branco areal
sob as armas que ferem é mais do que um rei
quem assim cai. É mais do que um cavalo branco:
quem assim cai vencido é Portugal.
e caem as armas do rei no branco areal.
Sob as armas que o ferem o cavalo branco
cai por cima das armas vencidas do rei.
E há uma rosa de sangue no branco areal
As armas ferem de morte as armas do rei.
Cai o cavalo branco no branco areal.
Sob as armas que as ferem as armas do rei
caem vencidas por baixo do cavalo branco.
E há uma rosa no branco do areal de sangue.
As armas ferem de morte as armas e o branco
do rei do cavalo que caem no branco areal.
Sob as armas que os ferem as armas e o branco
caem vencidos por cima do rei debaixo do cavalo.
E há uma rosa no sangue do areal de branço.
Na rosa de sangue das armas vencidas
que caem no branco do branco areal
sob as armas que ferem é mais do que um rei
quem assim cai. É mais do que um cavalo branco:
quem assim cai vencido é Portugal.
inviata da Dead End - 13/12/2012 - 14:12
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Versi di Manuel Alegre, dalla raccolta “O canto e as armas”
Musica di Adriano Correia de Oliveira e Rui Pato (1946-), medico cardiologo, compositore e musicista polistrumentista.
In apertura del disco di Adriano Correia de Oliveira “O canto e as armas” pubblicato nel 1969.
In seguito incisa dallo stesso Alegre con musica di Carlos Paredes (1925-2004, grande compositore e chitarrista) nel disco “É preciso um país” pubblicato nel 1975.
Mentre a destra la bruciante sconfitta ad Alcácer-Quibir è stata sempre percepita come un’onta da riscattare, da lavare col sangue, a sinistra invece, negli anni della dittatura salazarista, divenne una delle tante metafore con cui si descriveva l’inevitabile prossima caduta di quel regime fascista e colonialista che, quando ormai tutte le potenze europee dismettevano i propri possedimenti coloniali, aveva al contrario deciso di opporsi ottusamente al processo di decolonizzazione, scatenando guerre sanguinosissime in Angola e Mozambico e mandando lì a morire inutilmente un sacco di giovani portoghesi, così come aveva fatto quasi 400 anni prima il miope re Sebastiano…
In “Os demónios de Alcácer-Quibir” - visionario film di José da Fonseca e Costa, girato subito dopo la Rivoluzione, con le musiche di Sérgio Godinho - la metafora è ancora più ardita: i mori, i “demoni di Alcácer-Quibir”, sono gli operai e i contadini in sciopero che in armi affrontano la polizia mandata a reprimerli, mentre altri demoni, i ragazzi di una compagnia teatrale, penetrano nel palazzo di un decrepito aristocratico che vive i suoi ultimi giorni immerso in un delirio popolato dai fantasmi di un passato “glorioso”…