Gema embora a terra inteira
Acurvada a iníquas leis;
Esta fronte sobranceira
Jamais de rojo a vereis.
Hó! Ninguém, ninguém a esmaga
Que eu sou livre como a vaga,
Que sacode sobre a plaga
O jugo de altos baixéis.
Liberdade é o mote escrito
No céu, na terra e no mar!
Di-lo a fera no seu grito
Di-lo a fera no seu grito
E as aves cruzando o ar,
Di-lo o vento da procela,
A vaga que se encapela
E nos espaços a estrela
E nos espaços a estrela
Em seu contínuo girar.
Eu sou livre; eis minha crença,
Nem força contra ela vale.
Que um tirano enfim me vença;
Triunfarei por seu mal.
Triunfarei, que algemado
E diante dele arrastado,
Sou livre! Será meu brado
Até ao momento final
Acurvada a iníquas leis;
Esta fronte sobranceira
Jamais de rojo a vereis.
Hó! Ninguém, ninguém a esmaga
Que eu sou livre como a vaga,
Que sacode sobre a plaga
O jugo de altos baixéis.
Liberdade é o mote escrito
No céu, na terra e no mar!
Di-lo a fera no seu grito
Di-lo a fera no seu grito
E as aves cruzando o ar,
Di-lo o vento da procela,
A vaga que se encapela
E nos espaços a estrela
E nos espaços a estrela
Em seu contínuo girar.
Eu sou livre; eis minha crença,
Nem força contra ela vale.
Que um tirano enfim me vença;
Triunfarei por seu mal.
Triunfarei, que algemado
E diante dele arrastado,
Sou livre! Será meu brado
Até ao momento final
inviata da Dead End - 7/12/2012 - 11:57
Il testo completo della poesia di António Augusto Soares de Passos
La dedica è Ao meu amigo Alexandre Braga (1829-1895), poeta e giornalista portoghese, fondatore con Soares de Passos della rivista letteraria “O Novo Trovador”.
O CANTO DO LIVRE
Gema embora a terra inteira
Acurvada a iniquas leis:
Esta fronte sobranceira
Jámais de rojo a vereis.
Oh! ninguem, ninguem a esmaga,
Que eu sou livre como a vaga,
Que sacode sobre a plaga
O jugo d'altos baixeis.
Liberdade é o mote escripto
No céo, na terra, e no mar!
Dil-o a féra no seu grito,
E as aves cruzando o ar;
Dil-o o vento da procella,
A vaga que se encapella,
E nos espaços a estrella
Em seu continuo gyrar.
Dil-o tudo! mas ainda
Mais livre me creou Deus
Que os astros da altura infinda,
Os ventos, e os escarcéos.
Eu tenho mais liberdade
D'esta alma na immensidade,
Pois tenho n'ella a vontade,
Tenho a razão, luz dos céos.
Eu sou livre! erguendo a fronte
Diz-m'o uma voz na amplidão,
Quando de pé sobre o monte
Me elevo rei da soidão;
Quando além do firmamento
Alçando meu pensamento,
Solto nas azas do vento
Meu canto d'inspiração.
Eu sou livre! eis minha crença,
Nem força contra ella val.
Que um tyranno emfim me vença:
Triumpharei por seu mal.
Triumpharei, que algemado
E diante d'elle arrastado,
Sou livre! será meu brado
Té ao momento final.
E que importa que o tyranno,
Jurando vingança atroz,
Faça erguer, sorrindo ufano,
Um cutelo á sua voz?
Minha fronte sempre erguida
Ha de encaral-o atrevida,
E só cahir abatida
Ao rolar aos pés do algoz.
Mas nunca! pois fôra um preito
Dar os pulsos ao grilhão.
Tenho um ferro, e n'este peito
Tenho um livre coração!
Não! jámais serei captivo!
Se vencido restar vivo,
Cahirei, sorrindo altivo,
Sob o punhal de Catão!
La dedica è Ao meu amigo Alexandre Braga (1829-1895), poeta e giornalista portoghese, fondatore con Soares de Passos della rivista letteraria “O Novo Trovador”.
O CANTO DO LIVRE
Gema embora a terra inteira
Acurvada a iniquas leis:
Esta fronte sobranceira
Jámais de rojo a vereis.
Oh! ninguem, ninguem a esmaga,
Que eu sou livre como a vaga,
Que sacode sobre a plaga
O jugo d'altos baixeis.
Liberdade é o mote escripto
No céo, na terra, e no mar!
Dil-o a féra no seu grito,
E as aves cruzando o ar;
Dil-o o vento da procella,
A vaga que se encapella,
E nos espaços a estrella
Em seu continuo gyrar.
Dil-o tudo! mas ainda
Mais livre me creou Deus
Que os astros da altura infinda,
Os ventos, e os escarcéos.
Eu tenho mais liberdade
D'esta alma na immensidade,
Pois tenho n'ella a vontade,
Tenho a razão, luz dos céos.
Eu sou livre! erguendo a fronte
Diz-m'o uma voz na amplidão,
Quando de pé sobre o monte
Me elevo rei da soidão;
Quando além do firmamento
Alçando meu pensamento,
Solto nas azas do vento
Meu canto d'inspiração.
Eu sou livre! eis minha crença,
Nem força contra ella val.
Que um tyranno emfim me vença:
Triumpharei por seu mal.
Triumpharei, que algemado
E diante d'elle arrastado,
Sou livre! será meu brado
Té ao momento final.
E que importa que o tyranno,
Jurando vingança atroz,
Faça erguer, sorrindo ufano,
Um cutelo á sua voz?
Minha fronte sempre erguida
Ha de encaral-o atrevida,
E só cahir abatida
Ao rolar aos pés do algoz.
Mas nunca! pois fôra um preito
Dar os pulsos ao grilhão.
Tenho um ferro, e n'este peito
Tenho um livre coração!
Não! jámais serei captivo!
Se vencido restar vivo,
Cahirei, sorrindo altivo,
Sob o punhal de Catão!
Dead End - 7/12/2012 - 11:57
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Dai versi del poeta lusitano António Augusto Soares de Passos (1826-1860), esponente del movimento letterario portoghese dell’ “Ultrarromantismo”.
Dalla raccolta “Poesias” pubblicata nel 1856.
Musica di Fernando Lopes-Graça.
Nel disco "Canta Camarada Canta - Gravações Inéditas de Fernando Lopes-Graça", ma anche nelle versioni più recenti e complete della sua opera fondamentale, “Canções Heróicas/Canções Regionais Portuguesas”, originariamente edita nel 1946 con il titolo di “Marchas, Danças e Canções”.