Lentamente
A fome nos mata
O frio nos paralisa
Neste bairro de lata.
Vidas apodrecem
No inferno de Lisboa,
Cheiro de imundície
Em cada corpo caído
Há um sonho que voa.
Bocas sem pão
E cérebros sem escola,
Só existe dinheiro
Para a guerra de Angola
E para o jornalista
Que ao povo brasileiro
Diz que Salazar
É um grande estadista
(que o mundo inteiro
Deve imitar
Para que possa escapar
Da esfinge comunista).
Morremos de frio,
Morremos de fome,
Somos o pão da doença
Que lentamente nos come.
Somos oitenta ou cem mil
Corações impotentes
No chão da revolta
Fecundas sementes.
A fome nos mata
O frio nos paralisa
Neste bairro de lata.
Vidas apodrecem
No inferno de Lisboa,
Cheiro de imundície
Em cada corpo caído
Há um sonho que voa.
Bocas sem pão
E cérebros sem escola,
Só existe dinheiro
Para a guerra de Angola
E para o jornalista
Que ao povo brasileiro
Diz que Salazar
É um grande estadista
(que o mundo inteiro
Deve imitar
Para que possa escapar
Da esfinge comunista).
Morremos de frio,
Morremos de fome,
Somos o pão da doença
Que lentamente nos come.
Somos oitenta ou cem mil
Corações impotentes
No chão da revolta
Fecundas sementes.
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